O corpo dele


Você conhece bem a anatomia masculina? Confira

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Tudo começa com uma inocente observação. Por que os meninos têm pênis e as meninas, vaginas? A percepção da anatomia humana acontece desde muito cedo, quando ainda somos crianças. Depois da explicação dos pais, deixamos esses detalhes de lado, e continuamos achando os meninos muito, mas muito chatos. Só que o tempo passa, e, cedo ou tarde, acabamos apaixonadas pelo sexo oposto. O corpo deles, território tão diferente e desconhecido, passa a ser explorado em detalhes. Mas será que você aprendeu a lição?
Para desfrutar do sexo ao máximo, nada como uma aula da anatomia. Foi essa a idéia da ginecologista Ângela Magalhães. Quando lançou o livro "Sexo sem medo (Ed. Brasport), a médica reservou um capítulo para esclarecer dúvidas corriqueiras, tanto para nós, quanto para eles. Dra. Ângela frisa a importância de se conhecer o corpo do parceiro. "Cada conhecimento que se agrega traz bom senso, compreensão e sabedoria. Conhecer o seu corpo e o do outro é de vital importância para que você se posicione de uma forma que traga prazer tanto para você quanto para ele. Mas é preciso deixar a timidez de lado", avisa a ginecologista.
O urologista e terapeuta sexual Celso Marzano, diretor do Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática – ISEXP, faz coro com Ângela: "Conhecer o corpo do parceiro é importante para explorar as sensações que o sexo pode proporcionar. Este conhecimento fará grande diferença na resposta sexual do casal. A maior queixa dos homens na cama é sobre a passividade das mulheres. Eles desejam companheiras mais ativas. Estão cansados de assumir a responsabilidade de tornar o sexo satisfatório para o casal. Elas precisam entender que a pele é erotizável, podendo ganhar uma expressão sexual, dependendo do momento em que o toque se realiza", afirma.

Bê-á-bá do corpo deles
Para não deixar dúvidas, Dra. Ângela começa pelo básico. "A genitália masculina é constituída de pênis, glande, bolsa escrotal – onde ficam os testículos –, uretra, períneo e ânus", lista. A bolsa escrotal, apesar de não atrair muitas fãs, é uma área de grande sensibilidade, podendo gerar enorme prazer ao homem. "Adoro quando minha namorada brinca com os meus testículos. Oral lá, então, é uma delícia, mas tem que ser com cuidado, pra não machucar", dá a dica o produtor Marcos Prado*. Mas vá com calma. Dr. Celso Marzano explica o porquê: "A sensibilidade nessa área é grande, só que varia de homem para homem. Quando for muito sensível ao toque, deve ser evitada". Por via das dúvidas, pergunte a ele. O que não vale é perder a chance de deixá-lo satisfeito.
Além do prazer, a área guarda algumas curiosidades, que Ângela Magalhães revela. "Na bolsa escrotal ficam os dois testículos, um de cada lado. É neles que são produzidos os espermatozóides. Se você reparar, vai perceber que ela é mais fria do que o resto do corpo. Se tivesse a mesma temperatura do corpo, os espermatozóides morreriam, pois a temperatura corporal é mais alta do que os 36º C que eles podem suportar. É por isso que não é saudável usar cuecas muito justas. Elas aproximam demais a bolsa escrotal do corpo, esquentando o local. Tanto que durante o verão a bolsa escrotal se afasta do corpo, e no inverno se aconchega junto a ele. Este é um controle natural de temperatura de um compartimento do corpo, automático e inteligente", avalia a médica.
Antes de sair jogando fora as cuecas mais apertadas do marido, veja a opinião do urologista Celso Marzano. "Isso só corre o risco de acontecer em temperaturas muito elevadas. É o caso de profissões muito específicas, como trabalhadores de fornos. Existe uma resposta natural do escroto, protegendo os testículos. Eles relaxam quando está quente, contraindo-se para manter a temperatura se estiver frio". Agora, se, por acaso, você escutar uma amiga dizer que viu um homem de um testículo, pode acreditar. Não é lenda! "Alguns homens nascem com um só testículo. É congênito, e pode não interferir na fertilidade, ou na masculinidade. Um só pode ser suficiente", garante o urologista.
Logo acima da inserção do pênis ao corpo, encontra-se o morro do pinto. "Ele é correspondente ao Monte de Vênus das mulheres, e, como não tinha um nome, foi batizado desta forma. Enquanto que nas mulheres os pêlos pubianos formam um desenho similar a um triângulo de base invertida, nos homens é mais parecido com um losango", compara Dra. Ângela.

Pênis, muito prazer
A gente está cansada de ver, sentir e mexer, mas nunca é demais. Que tal agora conhecer? Indo um pouco mais adiante no mapa do prazer, chegamos ao pênis. "O pênis é o órgão mais sensível da anatomia humana. Ele corresponde ao nosso clitóris, só que desenvolvido", diferencia Dra. Ângela. Com um tamanho médio de 14 centímetros em ereção, o pênis do brasileiro, assim como seu povo, é de uma diversidade incrível. Com variedade de formatos, cores e tamanhos, uma coisa é certa: seja grande ou pequeno, grosso ou fino, é na glande que se concentram as terminações nervosas. "A glande é o centro das mais intensas sensações sexuais do homem", ensina a ginecologista.
Ângela Magalhães acredita que este tipo de conhecimento é fundamental para um sexo prazeroso. "Se você sabe onde ele sente mais prazer, é evidente que vai poder proporcionar mais prazer, e, consequentemente, ter mais prazer. Explorar o corpo do outro ajuda a desenvolver cumplicidade, trazendo benefícios para ambos. Deve haver um jogo sincero, sem censura. Isso mantém a parceria entre o casal", afirma. Apesar de ter uma função pra lá de nobre, a glande não se limita a gerar prazer. "No centro da glande, existe um orifício que chamamos de fossa navicular ou meato uretral. É por este orifício que sai o xixi, assim como o sêmen ejaculado", explica Ângela Magalhães.
O tamanho do dito-cujo é assunto para discussões acaloradas, e responsável por homens insatisfeitos. Mas diferentemente do que eles divulgam aos quatro ventos, as medidas costumam ser discretas. Eloísio Alexsandro da Silva, urologista e membro-titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esclarece. "Qualquer tamanho entre 4 e 18 centímetros em repouso, e de 7 a 27 centímetros quando ereto está dentro do normal. O que realmente importa é a função sexual. O importante é que o homem consiga obter e manter ereções suficientes para penetração", diz o urologista, tranqüilizando os menos favorecidos.
Deixando o pênis para trás, chegamos a um caminho pouco percorrido. Cercado por preconceitos, a área ainda é um tabu para homens e mulheres, sendo raros os que se atrevem a liberar o acesso. "Logo abaixo do local onde se fixa a bolsa escrotal, temos o períneo, e, finalmente, o ânus", cita Dra. Ângela. Mas a anatomia não termina aí. "Na parte interna ficam a bexiga, a próstata e os testículos. A próstata fica atrás da bexiga, entre ela e o reto. Daí o toque retal para senti-la e avalia-la. A próstata produz um líquido chamado seminal. Este líquido fluidifica o ejaculado – facilitando a locomoção dos espermatozóides – e o alcaliniza, tornando o ambiente menos ácido e mais propício à vitalidade deles", revela

Acendendo as luzes
Para aprender a lição, não adianta ficar só na sala de aula. É preciso colocar os conhecimentos em prática. Dr. Celso Marzano sugere: "Aproveitem as preliminares para fazer o mapa sexual um do outro. Assim, vocês podem descobrir os pontos mais excitantes e ensinar como querem ser tocados para ter mais prazer". Mas nada de escuridão. Acender as luzes pode não ser fácil. No entanto, é fundamental na busca pelo prazer. "Luzes apagadas acabam com o efeito fantástico da visão. A observação da excitação do parceiro favorece em muito a excitação do casal. Com maior intimidade, tente uma luz discreta. O homem adora ver o corpo e a intimidade feminina", ajuda o terapeuta sexual.
Também a favor do acender das luzes, Dra. Ângela Magalhães compara. "Quem nunca olhou para uma comida que encha a boca de água mesmo antes de provar? Percebe como o estímulo visual é importante? Temos cinco sentidos para exercitar no sexo, e a visão é um deles. Precisamos aproveitar todos. O prato pode até não ser tão bom quanto parecia, mas aí, já é outra história", diverte-se. O final da festa fica por sua conta.

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